Bombeiros recebem mais três euros por dia no combate a incêndios
“Dispositivo maior e mais robusto de sempre” com mais 2318 operacionais do que nos grandes fogos de 2017. Até quarta-feira, arderam 8122 hectares. “Esperamos ter um verão tranquilo, livre de incêndios”, desejou ontem a secretária de Estado da Administração Interna, apesar de as condições meteorológicas do primeiro trimestre terem obrigado a reforçar o dispositivo de …
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“Dispositivo maior e mais robusto de sempre” com mais 2318 operacionais do que nos grandes fogos de 2017. Até quarta-feira, arderam 8122 hectares.
“Esperamos ter um verão tranquilo, livre de incêndios”, desejou ontem a secretária de Estado da Administração Interna, apesar de as condições meteorológicas do primeiro trimestre terem obrigado a reforçar o dispositivo de combate. Entre 1 de janeiro e anteontem, arderam 8122 hectares, menos 2% do que na última década, em consequência de 2307 incêndios, menos 34% do que no decénio recente.
Falando na apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), Patrícia Gaspar, notou que “a mudança de paradigma não se consegue da noite para o dia”, mas salientou que, nos últimos três anos, foram cumpridas várias etapas. Entre elas, está a atualização da diretiva financeira sobre as compensações aos corpos de bombeiros, cujos valores foram reforçados.
Segundo precisou, os bombeiros empregues designadamente nas equipas de combate a incêndios rurais no âmbito do DECIR verão aumentadas em 5% as suas compensações diárias, que passam de 54 para 57 euros por cada 24 horas.
A diretiva atualiza também em 5% a base dos valores a pagar pelos veículos, materiais e equipamentos dos corpos de bombeiros a afetar à constituição de grupos de combate.
Falando na cerimónia em Proença-a-Nova, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, mostrou um otimismo raro. “Podem continuar a contar connosco!”. Ouvido pelo JN, salientou o “consenso” da negociação com o Governo. “Houve vontade de consensualizar e não de crispar”.
Patrícia Gaspar salientou ainda terem sido fechados o plano nacional de gestão integrada de fogos rurais, a reforma do ensino da proteção civil e dos bombeiros e uma diretiva integrada sobre vigilância e deteção de incêndios.
O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Duarte Costa, salientou que 2021 apresenta “o maior e mais robusto dispositivo de sempre”. Com 12 058 operacionais no nível de maior empenhamento, conta mais 2318 do que os 9740 disponíveis nos grandes incêndios de 2017. O conceito do DECIR assenta designadamente na monitorização permanente, pré-posicionamento de meios, deteção precoce, despacho imediato e musculado de meios e unidade de direção, comando e controlo, explicou o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes.
Combate em tempo de covid-19
O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa, alertou que as operações de combate voltam a decorrer sob especiais condicionalismos sanitários, devido à pandemia de covid-19, com risco de contágio para os operacionais. Mas faz notar que, nas 1044 ocorrências de 2020, ninguém foi infetado.
Fonte: Jornal de Noticias