Cernache do Bomjardim: Bombeiros adotam novas rotinas para uma resposta sempre eficaz
O país já passou por três vagas da pandemia de Covid-19 e por inúmeros estados de emergência e agora mesmo acontece a renovação de mais um. Até ao fim do mês as medidas continuam apertadas e o Governo tenta assim que os números continuem a descer. Os efeitos psicológicos de toda esta situação têm variado …

O país já passou por três vagas da pandemia de Covid-19 e por inúmeros estados de emergência e agora mesmo acontece a renovação de mais um. Até ao fim do mês as medidas continuam apertadas e o Governo tenta assim que os números continuem a descer. Os efeitos psicológicos de toda esta situação têm variado mas causam muita espectativa e apreensão em todos, mesmo naqueles que, supostamente estão mais preparados para situações de risco, como os bombeiros.
Paulo Mariano é o comandante dos Bombeiros Voluntários de Cernache do Bonjardim. Ao programa “Todos juntos no combate à pandemia” confessa que dentro da corporação tem sido difícil lidar com toda esta situação. Os profissionais fazem “o grosso do trabalho, quer seja na urgência pré-hospitalar ou transporte de doentes não urgentes”, começa por descrever o comandante, sendo que o restante pessoal de voluntariado faz “um serviço de escala de 11 em 11 dias”. Tal permite que estejam fora do quartel por um período de tempo largo e assim também diminuir o risco de contágio entre bombeiros. “Temos procurado canalizar todo o serviço operacional para os profissionais, deixando os voluntários numa componente de apoio para outras operações onde possa haver mais necessidade de pessoal”, como sendo “acidentes de viação, incêndios ou corte de árvores”, exemplificou.
Em termos psicológicos, saber que se vai lidar com uma situação que pode ser de covid, também marca os operacionais, e por isso o efeito da pandemia calca ainda mais as situações de stress já normais numa corporação de bombeiros e o comandante é de opinião que, futuramente, se estudem estes efeitos psicológicos que, foram mais evidentes na primeira vaga, explica. “Agora já faz um pouco parte, infelizmente, do que é a nossa atividade. Temos que trabalhar com o vírus e cabe a cada operacional proteger-se desse vírus”, reconhece, explicando que “encaramos toda a urgência e transporte de doentes com todos os cuidados e com equipamento de proteção individual adequado para as respetivas funções”.
A pandemia trouxe novas rotinas ao socorro e “equipar para sair passou a ser uma rotina”, diz, explicando que durante o verão (em que havia mais gente) esta situação pandémica “obrigou-nos a fazer uma separação das equipas de DECIR que estavam no quartel 24 horas e o pessoal voluntário que vinha fazer serviço à noite. Tivemos que fazer uma deslocalização das camaratas para termos alguma distância física e social entre os operacionais”.
Apesar de estar consciente de que a maioria das pessoas sabe o que se passa no país, Paulo Mariano aconselha a que se tenha “muito respeito pelo vírus”, que se cumpra “escrupulosamente as medidas que são dadas. Se é para ficar em casa, vamos ter que ficar em casa e criar rotinas com os vizinhos e nas compras, enquanto não se atingir a imunidade de grupo que as vacinam possam vira a dar”, afirma, ciente de que não será uma solução a curto prazo e “a curto prazo temos que tomar medidas sérias e neste momento, a melhor medida que podemos tomar é mesmo ficar em casa”, vinca o comandante Paulo Mariano.
A pandemia trouxe novas formas de sentir, de viver e de atuar. Humanos como toda a gente, os bombeiros dão de si, sempre que lhes é solicitado e sempre um pouco mais do que lhes é possível alcançar. Cumprir as regras impostas pela Direção Geral de Saúde, nunca é de mais relembrar, ajuda cada um de nós, mas ajudará muito mais quem nos rodeia.
Recorde-se que o “Todos juntos no combate à pandemia” conta com o apoio do Município da Sertã.
Rádio Condestável