GNR cortou a Estrada Nacional 125, entre Vale de Boi e Burgau, no concelho de Vila do Bispo, e a EN 268 em Aljezur. Vento e calor contrariaram previsões dos bombeiros, impedindo que o fogo tivesse sido dominado durante a noite.

Já arderam mais de 2.500 hectares de área de mato e floresta, segundo apurou o Litoralgarve, na sequência do incêndio que começou na sexta-feira à tarde na zona de Vilarinho, no concelho de Aljezur, e que ao início da noite atingiu o de Vila do Bispo, tendo obrigado ao corte da Estrada Nacional nº. 125, entre Vale de Boi e o acesso a Burgau. A Guarda Nacional Republicana também teve de cortar o acesso à Estrada Nacional nº. 268, que liga o concelho de Aljezur a Vila do Bispo, além de vários caminhos rurais.

A maior preocupação é que as chamas atinjam a Mata Nacional de Barão de São João e a zona de Barão de São Miguel

Numa altura em que se mantêm duas frentes de fogo ativas no concelho de Aljezur, uma das quais a progredir em direção à mata de Barão de João, situada já interior do concelho de Lagos, estão no teatro das operações 470 bombeiros, 148 veículos e seis meios aéreos. A maior preocupação é que, com o aumento da temperatura e o vento norte e noroeste, que se faz sentir nesta zona do Algarve, as chamas atinjam a mata de Barão de João e a localidade de Barão de São Miguel, no concelho de Vila do Bispo, afirmou, em conferência de imprensa realizada nesta manhã de sábado, dia 20 de Junho, Abel Gomes, segundo comandante operacional do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do distrito de Faro.

“O fogo foi dominado às 9.10 horas deste sábado”, disse o comandante Abel Santos, que receia “reativações durante o dia”

“O fogo foi dominado às 9.10 horas deste sábado, após uma noite muito trabalhosa por parte dos operacionais que estão no terreno e perante uma meteorologia que contrariou as nossas previsões. A velocidade do vento foi sempre muito superior às nossas previsões, tendo dificultado dominar o fogo durante a noite”, sublinhou Abel Santos. Apesar de o incêndio ter sido dado como “dominado”, aquele responsável admitiu que, com o aumento da temperatura e o vento, possam ocorrer “reativações durante o dia”.

“Temos aqui trabalho para os próximos dias”

“Temos aqui trabalho para os próximos dias”, alertou Abel Gomes, em declarações aos jornalistas, para fazer o ponto da situação do maior incêndio do ano, que atinge os concelhos de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos.

“O vento parecia um cavalo a galopar pela serra e há aqui muito pasto seco em terrenos de difícil acesso”, contou ao Litoralgarve um popular na zona

“O vento parecia um cavalo a galopar pela serra, com rajadas de uns 40 a 50 quilómetros por hora, e como há aqui muito pasto, seco em terrenos de difícil acesso para os bombeiros, depressa ardeu isto, mato, pinheiros, eucaliptos e tudo o mais”, contou ao Litoralgarve um popular, para quem “era previsível que tal acontecesse a qualquer momento, com o calor nesta altura do ano.”

Inicialmente, o fogo obrigou à retirada, por parte de militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), de cerca de três dezenas de pessoas, muitas delas estrangeiras, que vivem em casas pré- fabricadas em madeira e em autocaranas, em locais dispersos na zona de Vilarinha, no concelho de Aljezur, onde tudo começou perto das 13h00 da sexta-feira, dia 19 de Junho de 2020. Os habitantes foram levados por precaução para a aldeia da Pedralva.

Fonte: Litoralgarve

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